13 de fev. de 2015

A carta que não terminei



Essa é mais uma daquelas cartas que não consegui terminar.
Confesso que tentei. 
E por muitas vezes.
Mas as palavras, 
Atrapalhadas, 
Bagunçadas,
Insistiram em não achar o seu devido lugar. 

Essa começou a ser escrita lá atrás.
Primeiro no coração, depois com as mãos.
Mas com o tempo (ah, esse vilão do tempo),
Com as circunstâncias (ah, como estamos vulneráveis),
Já não faz tanto sentido terminá-la.

E aqui está. 
Inacabada.
Um rascunho difícil de ler.
Uma confusão de sentimentos.
Expostos.
Depois apagados.
Quem poderia entender?

É só um emaranhado de pensamentos 
Que vieram e se foram,
Correndo, atropelando, mudando.
Passado, presente (e até o futuro inexistente)
Tudo se misturando.
O que é real, o que foi só sonho 
Tudo se entrelaçando.

E aqui está.
Um papel leve.
Poderia soltá-lo ao vento, se assim quisesse.
Um papel pesado.
Poderia afundar a alma, se assim deixasse.

Essa é só mais uma daquelas cartas sem final.
Quem sabe um dia eu consiga terminá-la.
Mas se isso acontecer, será que ao seu destino chegará?
Ou será só mais uma outra carta fechada, que por aqui ficará?

4 de fev. de 2015

Quer uma beijoca?



Vi essa tirinha do Bichinhos de Jardim e pensei no meu sobrinho Nicholas, de 2 anos. Ele adora beijar! Ele beija quem é da família (principalmente o primo Biel), os amiguinhos (mesmo que tenha acabado de conhecer), seus brinquedos e se deixar, beija até o cachorro.

Deve ser típico de criança da idade dele, mas como eu acho lindo vê-lo se levantando nas pontinhas do pé para beijar seja lá quem for!

Essa tirinha também me fez pensar no outo lado. Em quantas pessoas estão com uma vontade imensa de receber ou dar um carinho, mas que se contém. Não sei se é porque são tímidas ou porque se acham fortes.

Mas a questão é que todo mundo precisa de um afago, uma palavra amiga, um abraço, um olhar gentil, um “bom dia”.

Não tem graça nenhuma estarmos no meio de muita gente, e ainda assim, se sentir invisível. Estar numa roda animada de conversa, mas tristes porque ninguém nos olha nos olhos.

Assumir nossa carência e que precisamos do outro, não é nenhum problema. Afinal, fomos feitos para estarmos juntos e como diz o poeta-músico “É impossível ser feliz sozinho” (Tom Jobim).

Então, o convite de hoje é para que você saia por aí dando beijocas em quem você quer bem.

E naqueles dias em que se sentir tão só, não tenha receio de assumir sua carência. Sem vergonha alguma, peça colo e cafuné. Certeza que haverá pessoas por perto que te acolherão com muito carinho.

*Texto meu originalmente publicado em Mais Viver Unimed Paulistana, em 4/set/2013