27 de mar. de 2011

Novo dia, velhas promessas


Decidi que hoje será um dia diferente.
Será um dia em que não pensarei em você, nem por um momento. Não me entristecerei por causa da ausência e nem suspirarei de saudades

Hoje será um dia em que simplesmente não me importarei com a indiferença.
Meu coração não irá disparar ao ouvir o toque do telefone. Não cultivarei esperanças e muito menos acreditarei nos sonhos que tive noite passada.

Definitivamente, não passarei o dia esperando um sorriso e nem ficarei sorrindo à toa ao imaginar o seu.
Não derramarei lágrimas, não farei canções de amor e não olharei as estrelas em que dei seu nome. 

Hoje será assim. Ou tentarei que seja. Mais uma vez...

Promessas velhas que dificilmente cumprirei.

19 de mar. de 2011

Sobre a Corda Bamba

Sobre a corda bamba estou, braços estendidos sem nada tocar. O desafio é meu, o medo é meu, o equilíbrio também é meu.

O vento procura me abalar, paisagens tentam distrair. Incertezas ameaçam e as derrotas passadas embaçam a visão.

Voltar parece ser tão mais simples, seguro, fácil. Cair até parece ser menos doloroso do que seguir. Mas continuar está a verdadeira razão, sentido da vida, mesmo quando não vejo no horizonte o ponto de chegada.

Às vezes, nessa corda bamba da vida, o desequilíbrio é inevitável e a queda é iminente. Os braços se estendem desesperados por encontrar uma mão, alguém para compartilhar o desafio, firmar os pés e expulsar o medo. 

E percebo que sempre há alguém por perto, mesmo que durante todo o percurso esteve em silêncio em seu próprio mundo, talvez apenas aguardando o momento de ser percebido.

Percebo que a jornada pode ser mais leve, tranqüila e sorridente. E que se eu quiser, o vento pode ser brisa refrescante. Se eu mudar de prisma, as paisagens podem encantar. Se eu refletir, as incertezas são a prova de que tudo é possível. E se ponderar, as derrotas me deram força para chegar até aqui. Mas apenas se...

A corda continua bamba e ainda não vejo no horizonte o ponto de chegada. Mas ao olhar para o lado, lá está o sorriso confiante e os olhos doces que me dizem com segurança que valerá a pena ir até o final. 

5 de mar. de 2011

Contradições



Quietude lá fora, gritaria dentro de mim
Palavras presas, tentam se libertar
Mas quem as ouvirá?
E se as ouvir, quem se importará?

Companhia nas fotos, solidão no caminho
Momentos registrados, não voltam mais
Alguém ainda se lembrará?
E se lembrar, saudades sentirá?

Promessas feitas, mentiras provadas
Palavras que caem, permanecem no chão
Em quem poderei confiar?
E se confiar, tenho garantia de não me decepcionar?

Imagem refletida no espelho, aparência enganosa
Desvanece com o tempo, ilusão de ótica
Quem não se enganará?
Quem nela não prefere acreditar?

Contradições a minha volta, até dentro da alma
Nas palavras ditas, nas ações do dia a dia
Como as evitarei?
E se as evitar, como poderei eu mesma não me contradizer?